PIB tem pior resultado da série histórica em 2020

Com a pandemia comprometendo boa parte da atividade no ano passado, o PIB brasileiro recuou 4,1%. O que configura o menor valor da série iniciada em 1996.

Houve alta somente na Agropecuária (2,0%) e quedas na Indústria (-3,5%) e nos Serviços (-4,5%). O PIB totalizou R$ 7,4 trilhões em 2020.

A parte Agropecuária teve destaque se beneficiando de um câmbio desvalorizado, o que deixou mais atrativo seus preços, além da busca de outros países por um estoque extra. Esse segundo ponto por um temor de desabastecimento.

A Indústria apresentou uma queda forte em 2020, mas ao longo do segundo semestre observamos uma recuperação mais forte. Com o tempo as formas de trabalho foram adaptadas, o que garantiu uma retomada parcial.

O componente de Serviços segue o mais abalado. Como a CNC apontou, foram mais de 75 mil estabelecimentos comerciais fechados em 2020. Enquanto a vacinação não avançar, teremos diversas regiões limitando a circulação de pessoas. Com apenas serviços essenciais seguindo com funcionamento integral, o setor seguirá sofrendo.

Uma das melhores maneiras de observar o quanto uma população está se beneficiando ou não do momento do país, o PIB per capita alcançou R$ 35.172, queda de 4,8% em termos reais. Esta também foi a menor taxa da série histórica.

A taxa de investimento em 2020 foi de 16,4% do PIB, acima do observado em 2019 (15,4%). Já a taxa de poupança foi de 15,0% (ante 12,5% em 2019).

Para olhar mais o momento, o indicador do último trimestre ante o terceiro teve alta de 3,2%, acima dos 2,8% projetados por investidores. A Indústria e os Serviços cresceram 1,9% e 2,7%, respectivamente, enquanto a Agropecuária recuou (-0,5%). Mas como dito acima, a parte de Serviços deve voltar a sofrer nos dados do primeiro trimestre de 2021.

Na análise da despesa, houve variação negativa de 0,8% da Formação Bruta de Capital Fixo. A Despesa de Consumo das Famílias recuou 5,5% em relação a 2019, diretamente afetada pela pandemia. A Despesa do Consumo do Governo, por sua vez, recuou 4,7%.

No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços caíram 1,8%, enquanto as Importações de Bens e Serviços caíram 10,0%.