Relatório de alocação - Maio 2023

O mês de maio começou com algumas respostas, no âmbito de política monetária. Ao mesmo tempo, ressurgiram dúvidas sobre a saúde financeira do sistema bancário americano.

No Brasil, maio teve início com o Banco Central reforçando recados ao Executivo. O COPOM aguarda a votação do arcabouço fiscal no Congresso, para que consiga avaliar a reação das expectativas econômicas. O Ministério da Economia avalia que o tema será votado na segunda quinzena do mês. O Banco Central quer verificar o texto final, não apenas o enviado. O Banco Central, ao manter a Selic em 13,75%, também informou que não pretende reduzir a Selic em junho, mas que subir juros seria alternativa menos provável.

Em paralelo, vale monitorar a Reforma Tributária. Medida que ainda não foi enviada ao Congresso, o que começa a gerar receios em torno de sua aprovação. Em 2024 teremos eleições municipais, o que torna sua tramitação altamente improvável.

Nos Estados Unidos, o Fed subiu a taxa para 5,25% e indicou que irá pausar o ciclo de aperto monetário. Embora, seja bom pontuar que eles discordam do mercado financeiro, que precifica corte de juros em setembro. Os dirigentes do Fed afirmam que não trabalham com cortes em 2023.

Outro tema relevante é o sistema bancário. Após o Signature Bank e o Silicon Valley Bank, o First Republic Bank foi o último a quebrar, após uma forte fuga de depósitos. O assunto não parece superado, agora surgem mais candidatos a se juntar ao grupo. O Pacific Western Bank e o Western Alliance Bank aparecem com situações mais delicadas. Ainda vemos rumores negativos em torno do Comerica e Keycorp. Em resumo, muitos bancos continuam solicitando linhas de emergências, o que deve acelerar o processo de consolidação bancária nos próximos meses. Importante ressaltar que existem quase 5.000 bancos nos Estados Unidos.

Na Europa, o Banco Central Europeu desacelerou seu ritmo de aperto monetário, subindo em 0,25% para 3,75%. O problema é que a inflação teve uma leve alta na ponta, o mercado de trabalho segue forte e a economia dá sinais de aceleração. O Banco Central Europeu afirmou que ainda não encerrou seu ciclo de aperto monetário, mas a sensação de investidores é de um aperto muito atrasado, o que pode prolongar o patamar elevado de inflação.