Panorama Mensal Agosto

Após muita expectativa, o mês de agosto começa com dirigentes do Fed indicando corte de juros. No entanto, o sentimento dos mercados é extremamente negativo. Segue nossa interpretação e projeção futura.

Ao que tudo indica, teremos o primeiro corte de juros nos Estados Unidos em setembro. Os dados do mercado de trabalho continuam a se deteriorar, a inflação está recuando e a economia desacelerando. Investidores começam a acusar o Fed de estar atrasado, reclamando que a piora nos indicadores aponta para uma recessão nos próximos trimestres.

Se em junho existiam dúvidas de qualquer corte em 2024, agora investidores projetam dois cortes de 0,5% e um de 0,25%. Caso esse seja o caminho, a busca por investimentos de maior risco crescerá. Nos parece que a precificação está exagerada, pois o Fed não dá sinais de começar de forma acelerada. Por enquanto, investidores estão pesando mais no temor de recessão, dúvidas sobre a extensão do conflito no Oriente Médio, além de observarmos decepções com balanços corporativos de empresas de tecnologia. O que joga bolsas para baixo.

No Brasil, a volta do recesso parlamentar trará novas dúvidas sobre: o equilíbrio fiscal; a regularização da Reforma Tributária; agendas microeconômicas que dependem do Congresso.

Com a forte desvalorização cambial e resiliência da inflação de serviços, alguns investidores cobram uma nova alta de juros. Nos parece precipitado, ainda mais com os Estados Unidos cortando juros. No entanto, isso seguirá pressionando a Renda Fixa local.

Agosto terá mais volatilidade do que o imaginado, para quem faz operações curtas, vale um acompanhamento bem próximo. Para quem está se posicionando para um prazo mais longo, estamos nos últimos dias antes do início, do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos, o que deve melhorar a atratividade de ativos de maior risco.