Relatório de Alocação Setembro 2024
Rbtrends. Setembro 2024
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Panorama Mensal Setembro
Setembro será a reta final das campanhas municipais internas, intensificação da campanha presidencial
americana, além do tão aguardado corte de juros nos Estados Unidos. No Brasil, restam dúvidas sobre o
movimento do Copom.
Começando pela parte política. As eleições municipais possuem um caráter nacional importante, elas
antecipam o perfil do Congresso brasileiro, que será eleito dois anos depois. A influência de prefeitos na
eleição de deputados é muito forte, portanto, será importante conferir os partidos que cresceram e
encolheram, além das correntes políticas em ascensão. Em paralelo, a corrida pela presidência da Câmara
está afunilando, com o deputado Hugo Mota (Republicanos – PB) surgindo como favorito ao cargo, com as
possíveis desistências de Marcos Pereira e Elmar Nascimento. Suas falas ganham outro peso, para
anteciparmos o perfil frente a decisões econômicasfuturas.
Ainda no espectro político, as eleições americanas ganharam nova cara com a entrada de Kamala Harris. A
vice-presidente democrata ultrapassou Donald Trump nas pesquisas de intenção de votos nacionais, mas,
principalmente, nos estados decisivos. Teremos os primeiros debates entre os candidatos, que estão
mostrando mais detalhes de seus planos econômicos.
Pensando em política monetária, o Fed iniciará seu ciclo de corte de juros. Muito provavelmente, com um
corte de 0,25%. Dado que ainda notamos dirigentes do banco reticentes com a inflação.
Ainda no exterior, o Banco Central Europeu deve realizar um novo corte de juros, mostrando um cenário
externo mais favorável em breve.
No Brasil, veremos pressões diferentes sobre o Copom. Uma parcela, dos agentes do mercado, acredita
que a Selic já está suficientemente alta, o que não exigiria um novo ciclo de alta. Por outro lado, vemos
vozes pedindo um aperto para controlar as expectativas de inflação desancoradas e frear a economia.
Dentro do segundo grupo, existe uma divisão, entre aqueles que projetam uma elevação de 0,25% e
0,50%.
Considerando que Fed e Copom decidem em 18 de setembro, teremos dias voláteis próximo a essa data
nos mercados.
Diante desse quadro, com exterior melhor, mas possível alta de juros, a Renda Fixa volta a ganhar
protagonismo internamente. A diferença é que as taxas prefixadas perdem sua atratividade com essa
possível alta de juros interna. A Renda Variável passou por dois meses positivos, estimulados por fluxos
externos, algo que pode se repetir nos próximos meses, mas não é o cenário base.